quinta-feira, 28 de julho de 2016

Quando deixei
de ser filha
faltou o amor.
Lambi
as minhas feridas.
Fotografei
os defeitos
Consegui parir
a felicidade
para dar aos meus
ao que me fazem bem
Quando perdi
família e amigos
fiquei com cinzas
macabras
simplesmente pó
cheiro a terra
e a flores murchas.
O gelo da morte
aterrorizou-me
Comecei me defender
tentei me purificar
sem nunca querer
santificar-me
e perdi medos.
Deixei de ter pudor
passei a ser totalmente
verdadeira, real.
Perdoei as ofensas
Exaltei a atitude
Subestimei as consequências
A subtileza é
a minha arma de defesa.
Mantenho vícios
da intervenção
da cidadania
da justiça
do amor
da paz
Já com refinamento
e filtragem
A emblemática
da minha existência
é a família
o tempo
a saúde
A prioridade
a minha filha
sempre




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