terça-feira, 17 de maio de 2016

Abri o portão de ferro pintado a vermelho,
rangeu como dantes sobre o chão de pedra lapidada.
Subi os cinco degraus.
Tudo igual!!!
Os jardins cheios de diversos arbustos,
plantas tropicais, cactos...
O grande cedro que todos nós subimos,
tão velhinho não suportou tantos Invernos,
e os braços caíram desamparados.
Foi cortado,
resta o seu tronco,
com diâmetro digno de uma mesa de sala.
Mais à frente a capela,
em cumprimento de um voto
à Imaculada Conceição,
ladeada pelas mesmas cameleiras.
A lápide de mármore com o registo
datado em 26 de Julho no ano de 1959 ,
benzeu no local a primeira pedra,
o Cardeal Dom Teodósio Clemente de Gouveia,
o primeiro e, até à data,
único cardeal madeirense.
O lago dos peixinhos,
hoje está cheio de terra,
é uma floreira.
Onde era a casinha de prazeres,
forrada com palha de trigo,
e corriolas de flores,
é um espaço aberto
continua a mesa ao centro
de cimento pintada a vermelho.
Era onde bebíamos chá,
refrescos,
comíamos biscoitos
e saboreávamos os melhores bolinhos do mundo!
O maracujaleiro, o tomateiro inglês,
continuam junto à porta da cozinha,
e para baixo a imensidão de terreno cultivado.
Todo o interior foi modificado,
mas continuam a mesma estrutura
o mesmo tamanho e as mesmas janelas...
O cheiro ficou, a emoção a alegria neste reencontro,
transformei-me em criança
com as mesmas sensações incríveis,
senti-me feliz mesmo estando triste.
O passado voltou.
Revivi parte da minha infância,
das minhas raízes:
- A família!!!
Vou continuar a dizer que,
viver o momento é o mais importante,
mas a saudade acaba sempre por me atraiçoar...

Depois de muitos anos voltei à casa dos avós !!!
2010, Julho 12

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